A equipe foi detida por quatro horas na chegada ao aeroporto de Pyongyang e foi muito mal-tratada pelos funcionários de imigração e alfândega.
Os mesmos com tom sarcástico e risadas, acusaram os nipônicos de "contrabando" e confiscaram materiais irrelevantes, como bananas, gomas de mascar, aparelhos de MP3 e macarrão instantâneo.
Outra vítima foi o treinador italiano do Japão, Alberto Zaccheroni, que foi convidado à uma reunião particular com os cartolas norte-coreanos.
A coincidência é que no dia seguinte a chegada do Japão no país, Zaccheroni escalou o time reserva para a partida.
Os forasteiros foram duramente vaiados quando o hino nacional japonês foi tocado antes do jogo, diante de uma multidão "extremamente partidária" de 50 mil no Kim Il-Sung Stadium.
"Eu presumo que se o Japão vencesse por 2x0 ou 3x0, os nossos jogadores teriam sido sequestrados e castigados", comentou o parlamentar Tetsushi Sakamoto.
Sakamoto também elogiou o treinador Zaccheroni, apesar da derrota.
O resultado da partida não afetou a classificação final do Grupo C, em que o Japão e Uzbequistão já avançaram à fase seguinte, com a Coreia do Norte e Tadjiquistão eliminados.
"A maior parte do crédito deve ir para o Zacc, ele deixou a equipe perder por 1x0", disse Sakamoto. "Julgando pela forma como usou os jogadores, eu presumo que ele foi preparado para um empate ou derrota por poucos gols", completou.
O Ministro das Relações Exteriores, Kochiro Gemba, disse à imprensa: "Eu entendo várias coisas que ocorreram no jogo, incluindo incidentes infelizes".
A Coreia do Norte permitiu a entrada de apenas 150 torcedores e 12 jornalistas japoneses para visitar o país mais secreto do mundo.
Outro fato parecido ocorreu nos anos 70, quando a comissão parlamentar estava lidando com sequestros da Coreia do Norte de cidadãos japoneses para treinar espiões na língua e cultura japonesa.
Várias questões mal resolvidas impedem os dois países de criarem laços de normalização. O Japão tem rigorosamente controlado os intercâmbios com seu vizinho comunista, especialmente depois que Pyongyang testou bombas nucleares.
A Associação Japonesa de Futebol enviou uma carta aos norte-coreanos com a realização de inquéritos sobre como a escrete foi tratada e sobre os limites impostos por Pyongyang sobre a mídia. "Fizemos várias investigações e também um relatório de viagem que escrevemos regularmente após jogos internacionais", disse o porta-voz da JFA Hideki Kato.
Cópias da carta foram enviadas à Fifa e (AFC) Confederação Asiática de Futebol.
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