quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Vissel Kobe se reforça em dose dupla

Já se preparando para 2012, visando fazer uma campanha melhor na J-League e também na Emperor e Nabisco, o Vissel Kobe já começa a reforçar o seu elenco para a próxima temporada. Hoje, o time anunciou duas novas contratações, e ambas, são ex-jogadores do Gamba Osaka. Tratam-se do volante Hideo Hashimoto e do zagueiro Kazumichi Takagi.

Após 19 anos de Gamba Osaka, Hashimoto acerta com Vissel Kobe (Foto: Getty Images)

Hashimoto, que já tinha sido especulado em novembro no Vissel, visto que seu contrato acaba no final deste ano e não seria renovado, já que o Gamba quer renovar o time e com isso, está dispensando e não renovando com praticamente todos os atletas de 30 anos ou mais, exceto com jogadores fundamentais, como o gênio Yasuhito Endo e o lendário lateral-direito Akira Kaji. O Vissel Kobe demonstrou interesse em contratar o atleta, de saída do time de Osaka, e conseguiu o acerto no começo desta semana, anunciando o jogador hoje.

Após 19 anos de Gamba Osaka, Hashimoto reforça o meio-campo do Vissel, que conta com nomes como Park Kang-Jo, Popó e Takayuki Yoshida. O volante, que atuou no Gamba como profissional desde 1998, mas que desde 92, já defendia as cores do time, pois jogou no Juvenil e Júnior do time de Osaka entre 92 e 98, fez uma bela história no clube, conquistando a Asian Champions League em 2008, a J-League em 2005, a Emperor Cup em 2008 e 2009, e a Yamazaki Nabisco Cup e a Super Copa em 2007. O jogador também defendeu a seleção japonesa em 15 partidas.

Já Takagi, foi uma surpresa. Nem surgiu a especulação de fato, e o jogador acertou com o clube, que já anunciou a contratação do atleta. O zagueiro, que já defendeu o Vissel por empréstimo em 2004, defendeu o Shimizu S-Pulse entre 2000 e 2008, e o Gamba Osaka desde 2009. Takagi, de 31 anos, também não teve seu contrato renovado e já defendeu a seleção japonesa em poucas partidas, cinco para ser exato, entre 2008 e 2009. Kazumichi reforça a zaga do Vissel, que já conta com o lendário Tsuneyasu Miyamoto.

Coluna do Pazini - Bom jogo no Mundial, mas podia ter sido melhor

Hoje pela manhã, o Santos se classificou para à Final do Mundial Interclubes, disputado no Japão, ao derrotar o Kashiwa Reysol por 3x1. A partida foi boa e teve belos gols, porém, poderia ter sido muito melhor, e isso, para ambos os lados, tanto pelo lado do Reysol, quanto pelo lado do Santos.

Sakai, um dos destaques do Reysol (Foto: Reuters)

O clube japonês, campeão histórico, da J2 e da J-League de forma seguida, se caracteriza pela organização tática e seis bons valores, além de um ataque rápido e perigoso. O "sexteto", começa com Sakai, que é um excelente lateral-direito, que também atua como zagueiro. O jovem valor foi o Melhor Jogador Jovem da J-League, tem muito talento, bom passe e cruzamento, boa visão, muita velocidade e dribla bem em alta velocidade, além de ser um excelente marcador e ter excelente posicionamento e visão tática; Otani, capitão da equipe, é um volante moderno e bom jogador: Tem bom passe e visão, marca forte, tem bom posicionamento e ainda mostra liderança; A dupla de brasileiros formada por Jorge Wagner e Leandro Domingues, teve boa temporada; e a dupla de ataque formada por Junya Tanaka e Kudo, é muito boa. Tanaka é rápido, tem bom drible, cria jogadas e finaliza razoavelmente bem, enquanto Kudo tem muita presença. E o time ainda conta com bons valores no banco de reservas, como o veterano matador Kitajima, Sawa, que fez sucesso na América do Sul, com destaque para o Cienciano e ainda Koki Mizuno, lateral-direito e meia-direita, que teve um belo começo de carreira no JEF e nas seleções de base do Japão, mas que depois de se transferir para o Celtic, nunca mais foi o mesmo e caiu muito de produção.

Já o Santos, time mais conhecido dos brasileiros, dispensa maiores apresentações. Com os craques Paulo Henrique Ganso e Neymar, além de bons jogadores como Borges, Arouca, Henrique e Danilo, Muricy no banco e um belo futebol, o time santista esbanja talento.

Além de bons nomes em ambas as equipes, os dois times praticam um bom futebol e, de minha parte, era esperado um bom jogo hoje, no entanto, não foi o que aconteceu. O jogo em si, foi bom sim, porém, poderia ter sido melhor, muito melhor.

Borges marcou um belo gol e foi importante, embora possa render mais (Foto: Reuters)

Nervosa, a equipe santista teve pouca posse de bola e criou poucas chances, no entanto, o talento individual de Ganso em passes geniais, de Neymar com um golaço e belas jogadas, e de Borges em belo gol, deu uma vantagem de 2x0 ao Alvinegro Praiano já no 1º tempo, uma prova da maior eficiência do Santos no jogo, que criou pouco, mas aproveitou as chances, enquanto o Reysol, que tinha posse de bola maior, variando entre 52% e 58%, e levava mais perigo, não tinha nem penetração, nem o passe mais decisivo e arriscado, e, com isso, não criava, de fato, grandes chances de perigo na 1ª etapa.

No 2º tempo, o Santos voltou um pouco melhor, mas o Kashiwa ainda era mais presente e tinha mais a bola. A partir da metade final do jogo, em busca da vitória, o time até teve mais penetração, graças, principalmente, a entrada de Sawa, que entrou bem no jogo.

Mas ainda assim, não adiantou muito, o Reysol fez um gol de honra em bola parada com o destaque Sakai, após cobrança de escanteio de Jorge Wagner, porém, o Santos com Danilo, em cobrança de falta, fez 3x1 e garantiu a vitória.

Os japoneses ainda tiveram chances de empatar a partida, com bolas na trave e uma chance incrível perdida por Kitajima, outro que entrou na 2ª etapa.

Sakai marcou e teve mais uma bela atuação hoje (Foto: Reuters)

Nesse momento é que se percebe que o jogo foi bom e bem movimentado, no entanto, poderia ter sido melhor. Por que? Porque ambos os times jogaram bem abaixo do que podem jogar. Pelo lado do Reysol, Sakai e Otani fizeram excelentes partidas, fazendo tudo o que já foi mencionado anteriormente como destaque dos dois jogadores. No entanto, o resto do "sexteto", não rendeu. Jorge Wagner tirando a assistência, pouco apareceu, já Leandro Domingues, deu alguns bons passes, mas também esteve bem abaixo do que o que rendeu durante a temporada nipônica. A dupla de ataque: Tanaka e Kudo, foi totalmente nula, com os dois em partidas irreconhecíveis. E para piorar, Kitajima quando entrou, foi ainda pior que os dois. Somente Sawa, dos reservas de destaque, entrou bem, criando chances e dando velocidade e penetração ao ataque.

E foi justamente isso que fez a diferença no jogo de hoje: O talento individual e o rendimento dos mesmos. Enquanto no Reysol, o "sexteto" não teve boa apresentação no geral, no Santos, o trio P.H. Ganso, Neymar e Borges, embora também não tenha tido a melhor das apresentações, jogou bem, protagonizou belas jogadas e ainda foram responsáveis pelos dois primeiros gols, com passe de Ganso e belas jogadas e conclusões de Neymar e Borges. Logo, o Santos não foi bem, mas foi mais eficiente e contou com seus principais jogadores fazendo a diferença, enquanto o Kashiwa, fez um bom jogo, mas abaixo do que pode e sem o brilho de seu "sexteto".

Neymar marcou um golaço e foi outro que foi importante, embora possa render mais. Santos precisa de mais do que apresentou hoje para ser campeão (Foto: Reuters)

Por isso, dá até para dizer que o Santos deu sorte. Sim. O Alvinegro Praiano deu sorte de passar à Final. Se contra um Kashiwa Reysol que não jogou o seu melhor futebol e teve quatro de suas principais peças em dia sem inspiração, foi difícil avançar, imaginem se o time tivesse enfrentado um clube melhor que o Reysol, afinal, embora tenha sido o campeão japonês, é consenso geral daqueles que acompanharam a J-League 2011, que o Nagoya Grampus, com uma defesa mais sólida e ainda mais talentos e opções no meio-campo e ataque, seria melhor opção que o Reysol para disputar o Mundial, isso fora times como o Shimizu S-Pulse e Yokohama F-Marinos, que são melhores que o Kashiwa, mas que não fizeram boa temporada e o Gamba Osaka - que agora está se reformulando com mudanças no elenco e renovação e tem uma defesa horrível, mas um meio-campo e ataque que dispensa comentários e que poderia estar junto, caso o time tivesse conseguido se classificar para o Mundial - que também tem um time melhor do que aquele que representou o Japão no Mundial Interclubes.

Contudo, há de se destacar que foi mais do que merecida a classificação santista. Sim, o Santos deu sorte, pois se tivesse enfrentado um time japonês melhor, ou um Kashiwa num bom dia, com todos os seus destaques inspirados, poderia ter sido eliminado, e sim, o Reysol poderia ter avançado à decisão, afinal, fez um bom jogo, mesmo com todos os problemas e perdeu chances de empatar a partida, isso fora os fatores já mencionados, mas o Santos, embora não tenha jogado mal, também pode jogar muito mais, e os jogadores que podem fazer a diferença, principalmente os craques Ganso e Neymar, também podem render mais.

No entanto, embora pudesse ter sido um jogo melhor, com ainda mais chances de gol e um futebol melhor de ambas as equipes, os dois times estão de parabéns. O Santos, pela merecida classificação à Final, onde enfrentará o vencedor de Barcelona x Al Sadd no próximo domingo, e o Kashiwa Reysol, por mesmo sem ser o melhor time japonês - isso não é opinião apenas minha, mas de todos que acompanham a J-League - ter ido longe e representado muito bem o Japão no Mundial. Ao Reysol, resta agora, manter a honra e conquistar o 3º lugar, também no domingo, quando enfrentará na disputa pelo "bronze", o perdedor do duelo de amanhã, entre Barça e Al Sadd. Se conseguir vencer a Disputa do 3º Lugar, o Kashiwa iguala as campanhas de Urawa Red Diamonds e Gamba Osaka, últimos clubes japoneses que disputaram o Mundial, em 2007 e 2008, respectivamente, que terminaram na 3ª posição, que inclusive, é a posição em que todos os japoneses que disputaram o Mundial, terminaram até hoje. Porém, os dois times, se quiserem o título e o 3º lugar, precisarão jogar o que podem render e mais, que seus principais jogadores brilhem mais, no caso do Kashiwa Reysol, que brilhem o que não brilharam hoje, com exceção de Sakai e Otani.

Erros Individuais e Futuro

Alguns cornetaram o goleiro Sugeno, afirmando que o defensor da meta do Reysol falhou nos gols, mas eu discordo. Além de um bom goleiro que fez uma bela temporada, Sugeno é baixo e tem braços curtos, o que já dificulta a defesa do arqueiro nos chutes, principalmente nos dois primeiros gols de hoje, sem contar que, embora um goleiro de melhor qualidade técnica, para não sair do Japão, Kawashima - goleiro titular da seleção japonesa - tivesse condições de defender os chutes de Neymar e Borges, não dá para tirar o mérito da dupla santista, pois foram dois belos disparos, ambos no ângulo, muito difícil para qualquer goleiro. E além dos dois primeiros gols, o terceiro nem se fala, a bola fez uma curva muito estranha. Sugeno não teve culpa em nenhum dos gols, não tem como culpar o arqueiro.

E o lateral-direito Hiroki Sakai - que foi especulado no Santos, mas que em matéria que já publicamos, afirmou que continua no Reysol e que não vê vantagem em atuar no Brasil, o que eu concordo, por não ver um nível técnico alto no Brasileirão, fora que, o jovem talento nipônico já tem propostas da Europa - na minha opinião, deveria ser o lateral-direito titular da seleção japonesa. Por que? Porque o atual titular, Atsuto Uchida, que defende o FC Schalke 04, há tempos que tem atuações apenas regulares e burocráticas, tanto pelo Schalke, quanto pela seleção japonesa. Uchida não vem jogando bem e, na minha opinião, é superestimado demais. Sakai está jogando muito mais do que Uchida, num nível técnico e até mesmo tático, superior que o do lateral do Schalke 04, e já faz por merecer chance como titular no lugar de Uchida, que hoje, para mim, deveria ser reserva dos Samurais Blues.