Nagatomo, Honda e Matsui, os três titulares, contundidos, além de Kengo Nakamura, que voltava a seleção e poderia substituir Honda, eram os desfalques da seleção, além de vários jogadores que poderiam ter sido convocados por Alberto Zaccheroni, o técnico italiano da seleção japonesa, mas que não foram chamados por diversos motivos, como necessidade de maior adaptação ao clube europeu, como foram os casos de Usami, Miyaichi e Inui, ou então teimosia, como foi com Yasuda e Ienaga. Para piorar a situação, o treinador ainda optou por manter o 4-5-1 com variação para 4-3-3 (escolha correta), mas ao invés de usar o tradicional com dois volantes e três meias mais ofensivos, acabou repetindo o erro do jogo contra a Coreia do Norte, e utilizou três volantes e dois meias. Abe foi o escolhido para se juntar a Endo e Hasebe, com Kagawa e Okazaki mais ofensivos. Novamente o Japão teve mais posse e toque de bola, domínio, mas pouca agressividade, justamente pelo fato de ter apenas dois meias, e um deles, Okazaki, ser centroavante de origem, e não meia.
Kawashima; Uchida, Yoshida, Konno e Komano; Endo, Hasebe, Abe, Okazaki e Kagawa; Tadanari Lee.
E foi justamente com muita posse e domínio, que o Japão começou a partida. Os Samurais Blues dominaram o começo do jogo, e até iam abrindo o placar num belo passe de Endo, mas Lee estava impedido.
Depois de um certo domínio japonês, o jogo passou a ficar mais estudado e cauteloso, mas com um leve domínio nipônico. Em uma boa jogada de Kagawa, Hasebe chutou forte, mas o goleiro uzbeq com emoção, evitou o gol que abriria o placar em favor do selecionado samurai.
No lance seguinte, o Uzbequistão respondeu, Geyrinkh chutou forte e a bola acertou a trave, Yoshida afastou de qualquer maneira, evitando maior perigo uzbeq. Porém, de nada adiantou, e no lance seguinte, Djeparov abriu o placar para os donos da casa, numa bola que Kawashima, que foi o melhor em campo, podia ter defendido.
Com o gol, o Japão teve alguns minutos de pressão e domínio, criou inclusive duas chances e Lee mandou uma bola na trave após lindo passe de Hasebe, no entanto, o Japão criava chances, mas não chegava ao empate, e no fim da primeira etapa, os Samurais Blues pareciam sonolentos em campo.
O primeiro tempo terminou mesmo em 1x0 a favor do Uzbequistão, e na volta para a segunda etapa, Zaccheroni fez o óbvio e certo, e colocou Kiyotake no lugar de Abe, substituição idêntica em relação ao jogo contra a Coreia do Norte, em que Zacc colocou o meia do Cerezo Osaka no lugar de Kashiwagi para dar mais agressividade à seleção, percebendo o seu erro na escalação inicial.
Mas ainda assim, os Samurais estavam muito, mas muito mal, erravam passes, posicionamento, tudo estava dando errado. Se arrastavam em campo, equipe irreconhecível.
Com Kiyotake era para a seleção ganhar velocidade, e de fato ganhou, mas ele não repetiu as últimas excelentes atuações com a camisa do selecionado japonês.
O jogo estava dando sono em todos. Parado e quando tinha ação, era só pelos mandantes.
Para a sorte do time, Kawashima acordou e salvou a pátria em duas boas chances de gol do Uzbequistão, novamente com Djeparov. Também irreconhecível, Konno que vinha de boas atuações pela seleção, teve uma péssima atuação, e quase entregou o ouro muitas vezes. Yoshida menos pior, mas também cometendo suas falhas, também não teve boa atuação.
Kawashima fechou o gol e evitou grande tragédia (Foto: Sanspo)
Zaccheroni falhou na escalação hoje, e mandou o time errado a campo, como já mencionado anteriormente. O problema reside no homem central do meio campo, não pode jogar com os volantes lá atrás e todo mundo agarrado na frente, a equipe não tem balanço, tanto que não teve uma sobra de bola, a zaga uzbeque afastava e não tinha ninguém no meio na sobra. O correto teria sido Endo, Hasebe, Kiyotake, Kagawa e Haraguchi no meio campo, manteria o estilo do meio titular, com Endo, Hasebe, Honda, Kagawa e Matsui. E outro ponto, Okazaki tem que jogar como centroavante, não como meio campista, principalmente quando Honda e/ou Matsui não estão disponíveis.
Kiyotake entrou e a equipe teve uma postura mais ofensiva, mas continuava jogando mal (Foto: Sanspo)
Aos 20 min, enfim o gol. Uchida que também não fazia sua melhor atuação com a camisa da seleção, recebeu lindo passe de Endo, carregou a bola pela direita e fez um belo cruzamento para o super ogro Shinji Okazaki igualar o marcador.
O Uzbequistão é um lugar de boas recordações para o atacante, já é o segundo gol dele em solo uzbque.
Após o gol, Lee saiu para a entrada do gigante Mike Havenaar, mas o time não mudou muito, Mike não teve muitas chances na partida.
Kawashima foi o grande nome da partida e o homem do jogo. Merecido, ele salvou o Japão (Foto: Sanspo)
Perto do fim do jogo, Komano saiu e entrou Makino, mas o jogador do Colônia não fez diferença.
No último lance, o Japão teve chance de virar, mas o ataque se atrapalhou e o gol não saiu.
Matsui, Honda e Nagatomo novamente fizeram falta ao time japonês.
A seleção segue líder do grupo com 4 pontos, empatada com o próprio Uzbequistão.
Homem do jogo: Eiji Kawashima
Notas:
Eiji Kawashima - 8
Falhou no gol, mas salvou o time em três lances de gol, evitou destino pior.
Atsuto Uchida - 5
Jogou muito abaixo do que pode, mas deu o passe para o gol.
Yasuyuki Konno - 3
Horrível, só fez lambanças.
Maya Yoshida - 4
Não apareceu no jogo, muito mal.
Yuichi Komano - 6
Jogou abaixo, mas foi melhor do que Uchida.
Yasuhito Endo - 6
Atuação abaixo do esperado também, mas iniciou a jogada do gol.
Makoto Hasebe - 6
Tentou alguma coisa, mas jogou abaixo do que pode.
Yuki Abe - 3
Perdido em campo, mal escalado, não era o dia dele.
Shinji Kagawa - 5
Jogou abaixo do que pode, mais prendeu a bola do que qualquer coisa, brincou demais.
Shinji Okazaki - 7
Ao lado de Kawashima, o herói do jogo, fez o gol e lutou durante toda a partida. Salvou o Japão de desastre maior.
Tadanari Lee - 5
Outro com atuação abaixo do esperado, perdeu duas grandes chances de marcar.
Hiroshi Kiyotake - 4
Entrou e deu mais ofensividade ao time, mas não fez a diferença. Outro abaixo do esperado.
Tomoaki Makino - Sem nota
Entrou no fim, não teve tempo para nada.
Mike Havenaar - 5
Tentou alguma coisa, lutou, mas não teve êxito.
Alberto Zaccheroni - 4
Escalou mal o time, optou pela tática errada e depois tentou reparar o erro como fez contra a Coreia do Norte, mas desta vez, não deu certo.