segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Kashiwa Reysol já definiu os 23 convocados para o mundial de clubes

Após ter sido campeão da J-League temporada 2011 no sábado passado, a equipe do Kashiwa Reysol já deixou a festa de lado e começou a se concentrar para o Mundial de Clubes que começa neste dia 8 (quinta-feira) na cidade de Toyota.

A equipe japonesa tem uma grande responsabilidade, afinal, é o representante do país sede na competição. O primeiro compromisso será diante do campeão da Oceania, o Auckland City (Nova Zelândia).

O vencedor enfrentará o campeão da CONCACAF, o Monterrey (México) e posteriormente, a equipe do Santos, campeão da Libertadores desta temporada.

Japoneses tem o compromisso de fazer bonito neste Mundial, assim como fizeram Urawa Reds em 2007 e Gamba Osaka em 2008. Ambos terminaram com a terceira colocação. (Foto: Goal.com)

O técnico Nelsinho Batista chamou o que tem de melhor em seu elenco para o torneio, confira a lista:

Goleiros

1 Kazushige Kirihata

16 Koji Inada

21Takanori Sugeno


Defesa

2 Takanori Nakajima

3 Naoya Kondo

4 Hiroki Sakai

5 Tatsuya Masushima

6 Park Dong-Hyuk

22 Wataru Hashimoto


Meias

7 Hidekazu Otani (Capitão)

8 Masakatsu Sawa

10 Leandro Domingues

13 Akihiro Hyodo

15 Jorge Wágner

17 An Yong Hak

20 Akimi Barada

28 Ryoichi Kurisawa

29 Koki Mizuno

32 Ryosuke Yamanaka


Atacantes

9 Hideaki Kitajima

11 Ryohei Hayashi

18 Junya Tanaka

19 Masato Kudo

Coluna do Pazini - Tudo foi mais do que merecido na J2

Sim, foi tudo mais do que merecido na Segunda Divisão Japonesa. Os três clubes que conseguiram o acesso à J-League e o título sendo conquistado pelo F.C. Tokyo foram fatos justos em relação ao que aconteceu durante todo o torneio, com os melhores e mais regulares sendo premiados.

F.C. Tokyo foi o merecido campeão da J2 (Foto: J-League Photos)

Como esperado, o título ficou com o time da capital, que tinha o melhor time e elenco, se reforçou ainda mais durante o torneio e já era o favorito ao título antes do início do campeonato. O F.C. Tokyo teve um começo conturbado, com o técnico Okuma demorando para encontrar o padrão, escalação e formação tática ideal para o time, além disso, o Glorioso foi frequentador da zona intermediária da tabela durante as primeiras rodadas do torneio. Porém, o time começou a se acertar a partir da 10ª rodada, Okuma, mesmo com o desfalque da promessa Yonemoto, jovem e excelente volante, que se contundiu e ficou de fora por toda a temporada, além de Ishikawa, que desfalcou o time durante quase todo o 1º turno, armou um meio-campo muito forte na marcação e qualificado tecnicamente, com habilidade, técnica, visão de jogo e qualidade no passe, formado na maioria do campeonato, por Takahashi, Kajiyama, Sotan Tanabe, Tatsuya Yazawa e Naotake Hanyu. O time no 4-5-1, com um meio-campo muito qualificado, com destaque para Tanabe e Hanyu, que fizeram bela temporada, além de Kajiyama e Yazawa que cresceram muito na metade final, rapidamente arrancou, chegou à liderança e ficou nela durante quase todo o torneio.

Hanyu foi um dos grandes destaques do Glorioso (Foto: Getty Images)

Além do meio-campo, a defesa do Glorioso também se mostrou excepcional: Morishige, jovem e excelente zagueiro, fez bela dupla com Konno, zagueiro da seleção japonesa. Os dois se completaram: Konno com a experiência, bom posicionamento e subindo de produção no clube e seleção. Morishige, com técnica, visão, muita velocidade e força, além de ser bom no jogo aéreo. O jovem zagueiro ainda se mostrou fundamental no ataque, marcando muitos gols, principalmente de falta. E as laterais, completando a defesa, também se provaram muito boas. Tokunaga e Hokuto Nakamura, que também jogaram como meias pelos lados e volantes em algumas partidas, fizeram bela dupla e mostraram entrosamento.

O time da capital também não encontrou problemas no gol. Gonda, goleiro titular, dispensa comentários e é o 3º goleiro da seleção principal e titular absoluto da sub-22. Seu reserva, Shiota, substituiu o titular muitas vezes, visto que Gonda desfalcou o F.C. Tokyo em muitas rodadas devido às convocações para seleção, seja para a principal, seja para a sub-22, e sempre o fez muito bem.

O único setor do time que preocupava no 1º turno, era o ataque. Hirayama hora contundido, hora muito longe do nível em que pode atuar, e Roberto César não vivendo grande fase, mas o time ia vencendo sem eles e com um ataque nulo, que rendia e marcava muitos gols graças aos meio-campistas. No entanto, foi nesse momento que se viu mais uma vez, a inteligência e competência da diretoria do clube, que provou que uma diretoria profissional e competente, faz sim, toda a diferença. Os cartolas trouxeram um ídolo do time, Lucas, e também, Genki Nagasato (meia atacante) e Daisuke Sakata, que estava como free-agent, e antes, atuava no Aris, da Grécia. Embora Sakata pouco tenha jogado, ele se mostrou uma boa sombra para Roberto César, que com a concorrência, subiu e muito de produção, marcando 10 gols e sendo o artilheiro do time no torneio. Nagasato virou um reserva para Hanyu, enquanto Lucas, marcou gols importantes, revezou com César na titularidade, e, em algumas partidas, fez companhia para o artilheiro do Glorioso na temporada.

Com vários gols de falta e belas atuações, Morishige foi mais um destaque e jogador fundamental no título (Foto: J-League Photos)

Com o ataque melhorando, o F.C. Tokyo disparou de vez e não saiu mais da ponta da tabela, o time começou a marcar ainda mais gols e goleou seus adversários em várias partidas. Além de todos estes fatores: Ser o melhor time, ter dois excelentes goleiros, uma defesa forte, dois bons e entrosados laterais, um meio-campo que dispensa comentários e um ataque que cresceu durante a competição, mais dois fatores primordiais provam que o título ficou em boas mãos. O Glorioso jogou quase todo o campeonato desfalcado. Além de Yonemoto e Ishikawa, que desfalcaram o time durante boa parte do torneio por lesão (Yonemoto, durante todo o campeonato), o clube pouquíssimas vezes conseguiu repetir a escalação do jogo anterior. Tanabe e Yazawa se contundiram, Hanyu tomou cartões amarelos, Kajiyama além de suspenso em alguns jogos, também se contundiu, Takahashi idem, Gonda e Konno foram constantemente convocados, e Lucas e Roberto César, revezaram no ataque nas rodadas finais.

Roberto César (E) e o ídolo Lucas, que retornou (D), outros dois jogadores fundamentais na conquista (Foto: J-League Photos)

Isso já mostra que o clube, mesmo com problemas constantes, foi campeão, o que já prova além de tudo o que já foi mencionado, o mérito do título, no entanto, também leva a outro fato que evidencia, de vez, o merecimento do título do F.C. Tokyo: O elenco. Nessas horas de problemas, foi provada a força do elenco do F.C. Tokyo. Gonda e Konno convocados? Shiota sempre substituiu bem o jovem arqueiro, enquanto Jade North e Hidaka conseguiam suprir a ausência de Konno razoavelmente bem. Ishikawa, quando recuperado, ficou na reserva, tamanha a qualidade do time no meio-campo. Tokunaga e Nakamura, foram improvisados e renderam muito bem em determinados jogos em que atuaram como volantes ou meio-campistas. O time tem um elenco muito qualificado e prova disso, é que Ishikawa, Nagasato e Sakata, foram reservas, e, com a volta de Yonemoto, Takahashi irá para o banco. Nada mal, pois assim, fica muito fácil para o treinador, que contará com Yonemoto, Kajiyama, Tanabe, Ishikawa e Hanyu, e terá no banco, Takahashi, Nagasato, Yazawa (com Ishikawa tendo tempo para se recuperar fisicamente agora, ele voltará a ser titular e Yazawa, reserva) e Sakata no banco, isso, fora a defesa e arqueiros. Um título mais do que merecido e até fácil para o time, totalmente superior em relação aos outros clubes que disputaram a J2 2011.

Sagan Tosu mereceu o acesso (Foto: Reuters)

Todos os fatos já provam o total merecimento do time da capital em conquistar o título da J2 e retornar à J-League. Agora, falemos das outras equipes, Sagan Tosu e Consadole Sapporo, que também subiram, e os tradicionais que ficaram de fora.

Também foi tudo merecido. O Sagan Tosu acumulou a maior invencibilidade da J2, enquanto o Sapporo, chegou até a liderar o campeonato, além disso, os times tirando no começo, sempre estiveram na ponta da tabela, brigando pelo acesso. É claro, não tem um time e elenco tão bom e qualificado quanto o do campeão, mas são bons times à nível de J2. Além disso, ambas as equipes foram mais regulares que aquelas contra quem concorreram ao acesso e também contaram com dois matadores, o Sagan, com Yohei Toyoda, que foi artilheiro do campeonato, com 23 gols, e o Sapporo, com Uchimura, que fez bela temporada e anotou 12 tentos, além de criar vários outros, o jogador, inclusive, anotou os dois gols do acesso do Sapporo, na vitória por 2x1 sobre o F.C. Tokyo na última, decisiva e emocionante rodada.

Uchimura foi importantíssimo no acesso do Sapporo (Foto: J-League Photos)

Mas não foi apenas a regularidade por estar quase sempre entre os cinco primeiros e no caso do Sagan, de conseguir uma grande invencibilidade, que deu o merecido acesso aos dois times, mas também, a incompetência e "amarelada" dos concorrentes na briga pelo acesso. E quem puxa a fila, é o Tochigi SC. O Tochigi chegou a liderar a J2 por algumas rodadas, ficou durante boa parte do campeonato entre os três primeiros, e Ricardo Lobo começou com tudo, porém, o time "amarelou" e caiu muito de produção no 2º turno, principalmente, na metade final. Para se ter noção, Lobo que começou com tudo e tinha 9 gols na 27ª rodada, terminou com 12, marcando apenas 3 gols nas últimas 11 rodadas, e vale lembrar que na 26ª rodada, o Tochigi estava no G3 de acesso. No entanto, o time caiu muito, "amarelou" e acabou, merecidamente, ficando de fora, não só pela irregularidade, de começar muito bem e acabar muito mal, mas também, pela qualidade técnica do time. A decadência foi tanta, que o time terminou o torneio no 10º lugar!

Outro que também "amarelou" e mostra que Sagan e Consadole mereceram, foi o JEF United Ichihara Chiba. O tradicional JEF foi outro que, assim como o Tochigi, começou bem e foi caindo. Fukai, artilheiro do time com 14 gols e 3º na lista de artilheiros do campeonato, já tinha 9 gols na 20ª rodada. Nas 18 finais, o atacante anotou apenas 5. E o pior na campanha do JEF, é que o time começou muito bem, mas terminou o campeonato sendo motivo de piada e perdendo várias partidas. O time fez jus ao uniforme e se não fosse o Tochigi, teria sido o principal amarelão do campeonato.

JEF fez jus a cor do uniforme (Foto: Reuters)

Já o Tokushima Vortis, que chegou até a liderar a J2 e que lutou até a última rodada contra o Consadole Sapporo pela última vaga, fica de fora também merecidamente. O time fez bela, até surpreendente campanha, terminando no 4º lugar, apenas 3 pontos atrás do G3, porém, o Sapporo além de mais regular, tradicional e simpático, tem um time melhor e mereceu o acesso, foi mais justo, mais do que seria, se o Vortis tivesse subido.

Agora, tratemos dos times tradicionais e das surpresas. Além do merecido campeão F.C. Tokyo, se imaginava que os clubes tradicionais iriam subir. Muitos apostavam no JEF, que decepcionou, e também, no Bellmare. E o Shonan, clube que revelou o gênio Hidetoshi Nakata, não fez jus a sua tradição e fez uma campanha muito mais do que decepcionante na J2. Hora nenhuma o time chegou a lutar pelo acesso e terminou na 14ª posição... Os tradicionais Bellmare, muito mal, e JEF, "amarelando", foram duas das surpresas. E por que não também, Sagan e Consadole? Sim, foi uma surpresa o acesso das duas equipes. Embora merecido, ninguém esperava um acesso dos dois clubes. O início de boa campanha do Tochigi, foi uma surpresa, já o final, também, embora no final, o time tenha sido o que se esperava dele antes do começo do campeonato. Outro tradicional, o Verdy Tokyo, também surpreendeu. O time verde da capital é um dos mais tradicionais do país, mas está na J2 graças às últimas más administrações e paga por isso, além disso, o time é fraco e perdeu sua principal estrela, o jovem Yoshiaki Takagi, para à Europa, onde está atuando pelo FC Utrecht, da Holanda. Mas mesmo com todos os problemas e um início mais uma vez, vexatório para um clube do tamanho do Verdy, o time conseguiu terminar bem a J2, e se tivesse começado a reação e arrancada três rodadas antes, teria conseguido o acesso à J-League.

Jogadores do Giravanz comemoram uma das emocionantes e surpreendentes vitórias do time na J2 (Foto: Reuters)

E a última surpresa, foi o Giravanz Kitakyushu. Mesmo sendo um clube modesto, sem muito recurso financeiro e que na penúltima temporada veio da JFL, estando há apenas uma na J2, o simpático Giravanz fez uma campanha histórica, chegando a brigar até pelo acesso à J-League e terminando na 8ª posição. Bela campanha!

É isso, foi uma bela e emocionante J2 2011, mesmo a tragédia em março, que atrapalhou o calendário e causou muita tristeza no país (superada pelos japoneses, que é sempre o mais importante) o campeonato foi mais uma vez excepcional, com bons jogos, emoção e festa nas arquibancadas com paz! Merecidos os acessos de F.C. Tokyo, Sagan Tosu e Consadole Sapporo. Do campeão da J2, espero um grande campanha na J-League, afinal, o time e elenco do Glorioso é de J-League, e tem condições de fazer bonito no ano que vem. Já Sagan e Sapporo, devem, infelizmente, brigar contra o rebaixamento, pois para J-League, os dois times precisam se reforçar muito, porém, caso novamente surpreendam, podem fazer campanhas intermediárias e continuar na elite nipônica. Aos que ficaram e desceram, acredito numa J2 2012 muito equilibrada e sem um favorito definido. Montedio, Avispa e Kofu têm equipes boas para J2 e devem brigar para subir, os tradicionais JEF, Verdy e também, Bellmare e Kyoto (o último fez um bom final de campeonato e terminou na 7ª posição) se não "amarelarem" e se reforçarem mais um pouco, serão os melhores times da segundona e brigarão forte pelo título e acesso, e, também, ainda tem espaço para as possíveis surpresas: Vortis, Giravanz e Tochigi, que se fizerem um pouco melhor que neste ano, podem brigar sim pelo acesso (no caso do Vortis, ainda mais). A J2 em 2012 promete ser muito equilibrada e emocionante!