Com grande atuação do craque Shinji Kagawa, o Japão passeou, e humilhou a eterna rival no maior clássico asiático. Com 3 a 0, fora o baile, o Japão venceu facilmente o amistoso contra os sul coreanos, num jogo em que os Samurais Blues, poderiam ter ganho por uma diferença ainda mais elástica.
Japoneses celebram vitória tranquila sobre o maior rival (Foto by: Getty Images)
O técnico italiano do Japão, Alberto Zaccheroni, após inventar muito na Copa Kirin, voltou a usar o time titular e a melhor formação para o selecionado nipônico, o 4-5-1. Em sua melhor formação, apenas com os desfalques de Nagatomo, contundido, e Matsui, poupado, jogando Okazaki na sua função, e Lee isolado no ataque, o Japão entrou em campo com:
GK 1- Eiji Kawashima
RB 6- Atsuto Uchida
DF20- Maya Yoshida
DF 15- Yasuyuki Konno
DF 3- Yuichi Komano (16- Tomoaki Makino)
MF 17- Makoto Hasebe (C) (22- Yuki Abe)
MF 7- Yasuhito Endo (14- Akihiro Ienaga)
MF 9- Shinji Okazaki (11- Hiroshi Kiyotake)
MF 18- Keisuke Honda
MF 10- Shinji Kagawa (13- Hajime Hosogai)
CF 19- Tadanari Lee
Time titular que venceu a Coréia por 3 a 0 (Foto by: Getty Images)
Como já mencionado, o time ideal teria as entradas de Nagatomo e Matsui, com Lee ou Okazaki na frente, porém, com o desfalque dos dois, esta era a melhor formação disponível. Zaccheroni corretamente a utilizou, e o Japão venceu com autoridade, praticando um belo futebol.
O time não sentiu falta alguma dos dois desfalques, e jogou muito bem, com destaque para as belas atuações de Kagawa, Endo, Hasebe, e do estreante Kiyotake.
O início do jogo foi bem equilibrado, o Japão não criava nenhuma grande oportunidade, embora tivesse mais a bola, enquanto os sul coreanos, não criavam nada e batiam bastante.
Após quase trinta minutos de um jogo bem estudado, cauteloso, bem ao estilo dos clássicos, Hasebe finalmente fez algo para mudar o ritmo da partida. O capitão japonês roubou a bola e fez boa jogada, depois tocando para Honda, que ficou em boa condição para finalizar, porém, o craque errou o chute.
Depois deste lance, os Samurais Blues passaram a dominar a partida, chegando a ter três cobranças de escanteios consecutivas, e sempre levando perigo. A pressão era enorme, e aos trinta e dois minutos, em rápido contra ataque, Lee que tinha prometido marcar dois gols na Coréia, driblou seu marcador e finalizou bem, mas o goleiro sul coreano fez bela defesa, jogando para escanteio.
Veio a cobrança, e com ela, o primeiro gol nipônico. A defesa sul coreana afastou o cruzamento, porém, Endo roubou a bola praticamente dentro da área sul coreana, e tocou para Lee. O atacante em passe magnífico de letra, deixou Kagawa em condições de finalizar à meta, e o craque não desperdiçou: Num pequeno espaço, deu um belo drible em seu marcador e finalizou sem chances para o arqueiro. Japão na frente! 1 a 0!
Kagawa corre para o abraço! Japão na frente! (Foto by: Reuters)
Três minutos depois do gol, Okazaki que vinha apagado no jogo, saiu, por não ter as melhores condições físicas, visto que voltou à pouco de lesão, e em seu lugar, entrou Hiroshi Kiyotake, fazendo sua estreia na seleção principal.
Com Kagawa em noite mais que inspirada, e belas atuações de Endo e Hasebe, o Japão dominava o adversário, criando chances, controlando quase toda a posse de bola, e sem dar chance alguma aos sul coreanos. A defesa pouco era ameaçada, Kawashima não aparecia no jogo, e Komano e Lee também estavam bem na partida, só faltava mesmo, Honda e Uchida entrarem no jogo, pois estavam abaixo do restante da equipe.
Mas ainda assim, como já mencionado, o domínio era totalmente nipônico, e os japoneses quase chegaram ao segundo gol após mais uma bela jogada de Hasebe. O capitão deu uma bela enfiada de bola para Honda, porém, em noite um tanto apagada, o meia errou mais um chute.
Após este lance, o Japão esperou um pouco mais, chamando a Coréia para o seu campo e tentando sair nos contra ataques, e com isso, nenhum lance de grande perigo ocorreu no restante da primeira etapa.
Veio a segunda etapa, que começou como foi a maioria do primeiro tempo: Com o Japão no ataque. Kagawa em grande atuação, aplicava dribles e mais dribles em seus adversários. Cha Du Ri vai ter pesadelos com o craque do Borussia Dortmund por muitas noites. Endo e Hasebe também jogando muito, participavam com maestria na marcação e criação de jogadas. Kiyotake não parecia ser um estreante, tamanha personalidade. Lee e Komano seguiam muito bem, e a defesa continuava bem, sem ser exigida.
Com o time jogando em alto nível, o massacre continuou, e logo aos três minutos, Honda teve mais uma chance, mas novamente, chutou mal.
Mas o Japão seguiu pressionando, e aos oito minutos, veio o segundo gol nipônico.
Tadanari Lee dominou, driblou um marcador, e abriu para Komano na esquerda. O lateral em linda jogada, aplicou uma bela caneta em Chu Young Park, e invadiu a área. Komano chutou forte, o goleiro defendeu, no rebote, Kiyotake ajeitou, e Honda tirou a zica, para marcar o segundo gol japonês.
Honda comemora seu gol (Foto by: Getty Images)
O jogo já parecia ganho, tamanha superioridade japonesa, mas apenas dois minutos depois, os japoneses quiseram ter a certeza do triunfo.
Kagawa puxou contra ataque e abriu para Kiyotake, e o estreante da noite com boa visão de jogo e personalidade, deu sua segunda assistência na partida, deixando Kagawa na cara do gol para fazer 3 a 0 em favor do Japão, marcando seu segundo gol na bela noite de Sapporo.
Kagawa e seus companheiros celebram o terceiro gol japonês (Foto by: Getty Images)
Com o terceiro gol, o Japão enterrou de vez a Coréia. O time criou mais três boas chances com Honda, Lee e Kagawa, mas não conseguiu chegar ao quarto gol.
Após mais estas oportunidades, o técnico Zaccheroni optou por fazer alguns testes, colocando Makino no lugar de Komano, e depois, Abe no lugar de Hasebe, testando o volante do Leicester na seleção, na mesma posição em que ele atua no clube inglês, e atuou nos tempos de JEF e Urawa. Com a saída de Hasebe, Endo herdou a faixa, e depois, o gênio saiu para entrada de Ienaga, numa teimosia de Zacc, que acredita que o meio campista do Mallorca, pode substituir Endo no futuro, mesmo atuando numa posição mais ofensiva em todos os clubes da carreira. Com a saída de Endo, quem herdou a faixa de capitão foi o craque Honda.
Porém, mesmo com as substituições, o Japão embora tenha se descaracterizado, não perdeu o gás, e continuou dominando o jogo e criando chances. Na mais incrível delas, Kiyotake, em grande jornada, mostrando ser mais um bom nome para o meio campo, ao menos como reserva, deixou Uchida na cara do gol. Infelizmente, o lateral do Schalke 04 acertou a trave, puro azar! E no rebote, Kagawa tentando se consagrar ainda mais, tentou por cobertura, mas isolou. Mas quem se importa, o craque de apenas 22 anos, já tinha feito de tudo: Dois gols, belos dribles, passes, lindas jogadas... Ninguém reclamou. E Kiyotake, quem diria... Nem parecia estar fazendo sua estreia na seleção principal.
O Japão após esta grande chance, passou de vez a administrar a partida. O time chamou a Coréia e passou a tentar sair apenas nos contra ataques, e Zaccheroni evidenciou ainda mais sua estratégia ao substituir Kagawa, que saiu sendo aplaudido merecidamente, de pé por todo o estádio, para a entrada do volante Hajime Hosogai.
Após a entrada do volante do Augsburg, o Japão se fechou de vez. A Coréia tentou algo, mas parou sempre em Kawashima, ou então em Yoshida e Konno, que se mostraram muito seguros. Ainda deu tempo para os Samurais Blues tentarem ampliar ainda mais a vantagem, com Honda batendo falta com perigo, para defesa do arqueiro sul coreano, porém, parou por aí, e ao apito final, o Japão venceu por 3 a 0.
Torcida celebrou a grande vitória sobre o rival (Foto by: BBC)
Vitória incontestável do Japão, merecida do início ao fim. O time poderia ter ganho por ainda mais, não fossem os gols perdidos. O engraçado é que foi uma das melhores atuações do time no ano, e novamente, todos saem com a certeza de que embora tenha ganho mais uma vez, e tenha jogado muito bem, o time pode render ainda mais. Todo o sistema defensivo foi perfeito, e no meio campo, show de Endo, Hasebe e Kagawa. Lee também foi muito bem no ataque, e Kiyotake, provou ser um jovem muito promissor, fazendo uma estreia de alto nível, sem sentir o peso da camisa e mostrando personalidade. Porém, Honda, mesmo com o gol, e Uchida, poderiam ter jogado ainda mais, embora tenham feito boa segunda etapa. Já Komano, foi muito bem, bela partida, mas Nagatomo é titular incontestável, e está um nível acima do lateral do Jubilo Iwata. Ou seja, o Japão foi muito bem, deu um grande show! Mas o time promete ainda mais! E vale lembrar, que o Japão está invicto à treze partidas.
Com o 3 a 0, fora o baile, Zaccheroni deve ter enfim percebido, que não dá para inventar. O time é esse, com as entradas de Nagatomo e Matsui, e joga mesmo no 4-5-1, que é o melhor esquema, e também é como o Japão joga melhor e rende mais. Bela vitória dos Samurais Blues! Parabéns aos jogadores, principalmente Kagawa, nome do jogo com dois gols e em atuação de gala.
Análise Individual dos jogadores:
Eiji Kawashima: 9,0
Seguro, muito bem nas poucas vezes que foi exigido.
Atsuto Uchida: 7,0
Pelo bom segundo tempo, com bons cruzamentos e avançando bem, mas esteve sumido na primeira etapa.
Maya Yoshida: 7,0
Seguro. Apareceu pouco, mas foi bem e não comprometeu.
Yasuyuki Konno: 8,0
Muito seguro. Bem quando o Japão sofreu uma pequena pressão no fim do jogo.
Yuichi Komano: 8,5
Bela atuação de Komano. Bem defensivamente e ofensivamente. Participou muito bem da jogada do segundo gol. Chu Young Park está procurando a bola até agora.
Makoto Hasebe: 9,0
Atuação impecável. Bem defensivamente, com desarmes e marcação implacável; e bem ofensivamente, com belos passes e enfiadas.
Yasuhito Endo: 9,0
Outro em grande noite. Iniciou a jogada do primeiro gol e ainda deu lançamentos e passes precisos, sendo fundamental no meio campo.
Shinji Okazaki: 6,0
Jogou pouco tempo, e sem as melhores condições físicas, pouco apareceu, mas também não errou, e ajudou na marcação.
Keisuke Honda: 7,0
Pelo gol e bom segundo tempo, mas estava sumido na primeira etapa.
Shinji Kagawa: 10,0
Nome do jogo. Atuação irrepreensível. De gala. Belos dribles e passes, dois gols, e toda hora chamava algum adversário para o baile. Cha Du Ri vai ter pesadelos com Kagawa por muitas noites.
Tadanari Lee: 8,5
Bela atuação. Bons passes, inteligência, movimentação, prendeu a marcação adversária, soube a hora de driblar, finalizar e fazer o pivô. Grande jornada de Lee.
Tomoaki Makino: 6,0
Atuação regular. Não fez nada demais, mas também não errou.
Yuki Abe: 6,0
Idêntico à Makino.
Akihiro Ienaga: 6,0
Entrou no fim e pouco produziu, mas apareceu no ataque dando alguns passes, e ajudou na marcação.
Hiroshi Kiyotake: 9,0
Nem parecia estreante. Atuação de gala. Duas assistências, bons passes e belos dribles. Muita personalidade do jovem, e agora única e nova estrela do Cerezo.
Hajime Hosogai: Sem Nota
Não teve tempo para fazer alguma coisa, mas fechou bem os espaços.
Alberto Zaccheroni: 9,0
Armou o melhor time. O Japão jogou como tem que jogar. Pecou apenas ao colocar Ienaga na posição errada e fechar demais o time após o 3 a 0. O Japão poderia ter aplicado uma goleada caso ele não optasse pela retranca.
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