domingo, 6 de julho de 2014

O que podemos esperar de Aguirre?

Por: Chico Ferreira


             
A JFA escolheu Javier Aguirre, só falta oficializar(Foto: Getty Images)
A seleção japonesa tem um novo treinador, a JFA não demorou em mexer os pauzinhos e contactou o mexicano Javier Aguirre para o cargo de treinador dos samurais blues para os próximos quatro anos (maior contrato já oferecido a um treinador pela JFA). Apesar do anuncio oficial só sair após o mundial, está quase certo que ele assuma o cargo, tendo já os salários acertados, cerca de 2,45 milhões de dólares por ano (o treinador mais bem pago da historia da seleção!).

Javier Aguirre tem 55 anos e foi jogador de futebol antes de se tornar treinador, atuando no meio-campo, chegou a atuar pela seleção mexicana e disputou a copa de 1986. Como treinador ele treinou alguns clubes mexicanos, assumiu a seleção de seu país em duas copas do mundo (2002 e 2010), passou também na Espanha e treinou o Osasuna, Atlético de Madrid e Zaragoza e seu último trabalho foi no Espanyol.

Em suma, caso se concretize, Aguirre não é o treinador ideal para a o Japão, sua carreira foi em grande maioria em clubes medianos na Europa. Conquistou poucos títulos o mais importante deles, com a seleção mexicana foi a conquista da Golden Cup em 2009.  Uma grande história ele não tem, ele é no mínimo do mesmo patamar de Alberto Zaccheroni, porém tem um jeitão de mais motivador do que o estático italiano. E já vem sendo criticado antes mesmo de começar a trabalhar, os diretores da J-league gostariam que alguém com mais conhecimento no futebol japonês fosse chamado, o que eu concordo nesse ponto, a J-league foi pouco prestigiada pelo italiano, muitos jogadores que merecia ao menos um teste no time nem foram lembrados. Nosso novo treinador também terá problemas para arrumar essa defesa que foi a pedra no sapato do Zacch.

Torcemos para que ele nos surpreenda, a base do time deve ser a mesma, só mudando alguns jogadores veteranos que devem encerrar seu ciclo com os samurais. A J-league deve ser mais exploradam assim como as categorias de base da JFA e acima de tudo o treinador tem que explorar o que o futebol japonês tem de melhor, e tem que saber motivar e cobrar isso dos jogadores. Essa geração pode mais do que vimos nessa copa, ano que vem tem Copa da Ásia e o Japão defendera a hegemonia e tem tudo para conquistar mais um título.

Podemos esperar muito trabalho e dedicação, Aguirre costuma motivar bastante seus atletas. Um treinador mais vibrante pode ser bom pra seleção, só esperávamos alguém com mais bagagem no futebol oriental e acima de tudo com um currículo melhor, contudo venha o que vier, estaremos sempre na torcida. Ganbare Nippon!